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A Espera
5.08.2010 @ 19:16

Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz.

Sentou-se em sua cadeira naquele café no centro da cidade. Observava continuamente o movimento, pensando e desejando achar alguém, qualquer alguém que fosse, que lhe chamasse a atenção. O café frio em sua xícara e o cigarro apagado no cinzeiro. Afinal, estava na ala de fumantes. Não deveria se juntar aos não fumantes e ver os fumantes e passar vontade? Por quê? Era tão mais legal ficar ali com seu cigarro em mãos e o malboro red em cima da mesa com o café frio.

Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.

Olhava continuamente o relógio, imaginando que hora poderia chegar. Quantos segundos faltaria para a hora marcada. O bolinho já estava a caminho de seu estomago e não havia vontade para comprar outro. Acendia um cigarro, tragava e observava o movimento, ansiosa pela pessoa que deveria estar lá há minutos, mais que minutos, meia hora. Meia hora de atraso significaria o quê? Pausa para mais uma tragada e o coração acelerou. Uma pessoa. Que esperanças tinha! Era realmente uma pessoa conhecida. E era a pessoa que estava atrasada para o encontro.

Às quatro horas então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!

Sim, uma pessoa conhecida. E ao mesmo tempo uma pessoa que estava uma hora atrasada. Olhou-a intimidante, imaginando qual seria o motivo do atraso e qual seria a desculpa dessa vez. Mas então, seus olhos se encontraram, um sorriso e um sorriso. Dois sorrisos em faces diferentes. A face pálida e a face corada. A face com barba por fazer e a face com sobrancelhas delicadas. A face de homem e a face de mulher. Um momento de felicidade.

- Atrasei-me demais, querido?

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Ren.